O calmante para estresse é usado por muitos brasileiros. No entanto, esse remédio pode causar consequências negativas para o corpo. Saiba porque substituí-lo!
Por Cannabis e Saude
O uso de calmante para estresse faz parte da rotina de boa parcela dos brasileiros que sofrem de um problema de saúde que pode, inclusive, levar à ansiedade.
Só em 2018, foram 56,6 milhões de caixas adquiridas no país, segundo levantamento do portal R7.
Dessas pessoas, uma fatia expressiva recorre a medicamentos controlados sem receita médica, o que é um sério risco à saúde.
Sedativos em geral são substâncias potentes e que, se usadas sem orientação, podem levar à dependência, entre outros efeitos indesejados.
Por esse motivo, há quem prefira os fitoterápicos, por serem uma alternativa natural e com menos riscos e contraindicações.
No entanto, esse tipo de remédio nem sempre é eficaz, em virtude das suas concentrações mais baixas de compostos ativos.
Haveria, então, uma opção mais equilibrada e que ofereça os benefícios dos calmantes sem os riscos inerentes?
Sim, e essa alternativa chama-se canabidiol (CBD).
É dele que vamos falar neste conteúdo, além dos medicamentos para estresse mais conhecidos do mercado.
Acompanhe com atenção e entenda como esses remédios agem, bem como seus prós e contras no tratamento do estresse e da ansiedade.
Calmante para estresse: afinal, quais são as causas do estresse?
O estresse (CID 10 F43.0) é uma condição mental e comportamental em que a pessoa se sente angustiada e nervosa por conta de pressões externas.
Indivíduos estressados não são capazes de relaxar e, via de regra, estão sempre agitados, ansiosos e em um estado de alerta permanente.
Suas causas são bastante variadas, sendo a maioria delas ligadas a pressões sociais, familiares ou no trabalho.
A perda do emprego, por exemplo, pode levar uma pessoa a se sentir estressada em função da iminente falta de rendimentos.
Por outro lado, a cobrança excessiva de chefes ou de colegas dentro do trabalho também pode contribuir para gerar ou agravar um quadro de estresse.
O mesmo pode acontecer dentro da própria casa.
Pressionados por cônjuges, filhos ou parentes próximos, homens e mulheres correm o risco de se tornarem estressados.
De qualquer forma, essa não é uma doença tão simples de tratar, já que apresenta algumas variações, como mostramos a seguir.
Quais são os tipos de estresse?
Assim como a ansiedade, o estresse, por si só, não é uma condição maligna.
Isso porque há o chamado estresse positivo, também conhecido como eustress, e o negativo, chamado de distress.
No primeiro caso, o estresse nada mais é do que uma tensão momentânea ou uma exigência diante de uma circunstância de alta pressão.
Da mesma maneira como ocorre com a ansiedade, o problema começa quando o estresse passa a ser uma constante.
É aí que ele pode evoluir para quadros mais graves e até levar ao surgimento de enfermidades psicossomáticas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse no trabalho já pode ser considerado como uma doença.
Nesse caso, a pessoa afetada desenvolve uma forma mais aguda da condição, a síndrome de Burnout, na qual chega ao limite de suas forças físicas, psíquicas e emocionais.
Como o estresse afeta a qualidade de vida das pessoas?
As estatísticas atestam que o estresse é um problema muito sério, em virtude dos riscos à saúde que ele traz em longo prazo.
Novamente, a OMS traz dados sobre o assunto, por meio da pesquisa Mental Health and Substance Use.
Segundo o levantamento, condições associadas ao estresse, como depressão e ansiedade, geram prejuízos anuais em todo o mundo na ordem de US$1 trilhão.
Por outro lado, o estudo demonstra que, para cada dólar investido em saúde mental, o retorno é quatro vezes maior.
Já a pesquisa Workplace Wellness Report 2019, da Capita Employees Solutions, traz dados preocupantes.
De acordo com o estudo, 79% das pessoas revelaram ter sofrido algum tipo de estresse no ambiente de trabalho ao longo de um ano.
Desse total, 45% consideraram deixar o emprego em função da condição.
São números que evidenciam que o estresse, além de afetar a qualidade de vida, é também um problema econômico, gerando custos para o Estado, para as empresas e para o sistema de saúde.
Calmante para estresse: quais são os mais indicados pelos médicos?
Contudo, em alguns casos, o estresse não pode ser evitado, nem controlado sem orientação médica.
Uma vez que se instala, é difícil que a pessoa consiga reverter o quadro sem a ajuda de medicamentos.
Se ela chegar a esse ponto, pode precisar de fármacos como os antidepressivos e os benzodiazepínicos.
Vale ressaltar, no entanto, que essas são substâncias de uso controlado e que, como tais, são perigosas se usadas sem orientação médica.
Além dos calmantes para estresse, há outro tipo de tratamento?
Em certos casos, a alternativa encontrada para não recorrer aos sedativos de uso controlado são os fitofármacos.
No entanto, eles nem sempre são eficazes nos quadros mais graves, já que as concentrações de substâncias ativas que eles contêm são reduzidas.
Por essa razão, o CBD vem ganhando cada vez mais prestígio, não só pela segurança como pelas diversas propriedades terapêuticas contra o estresse.
O que é o CBD?
Não é por acaso que o canabidiol, ou CBD, vem conquistando a simpatia de médicos, da comunidade científica e, principalmente, das pessoas que o utilizam como recurso terapêutico.
Afinal, entre os mais de 100 canabinoides extraídos das plantas do gênero Cannabis, ele é o que apresenta mais propriedades curativas.
Vale lembrar que canabinoides são substâncias que interagem no organismo por intermédio dos receptores CB1 e CB2, que compõem o sistema endocanabinoide (SE).
O mais incrível é que, até a década de 1960, a comunidade médica e científica não tinha conhecimento da existência desse sistema, cuja função é manter o equilíbrio do organismo ao regular a homeostase.
Nesse caso, o SE atua de duas formas.
Uma, utilizando os endocanabinoides que todos produzimos naturalmente, como a anandamida e o 2-AG.
Outra, por meio dos fitocanabinoides, como o CBD, que, ao ser ingerido, ajuda a “turbinar” as funções do SE.
Como o CBD age no tratamento contra ansiedade?
Uma característica do sistema endocanabinoide é que ele atua paralelamente a outros sistemas, como o digestivo, o nervoso e o linfático.
Assim sendo, ajuda a regular as funções orgânicas, contribuindo para restaurar a condição de equilíbrio ideal ou o mais próximo disso.
É por esse motivo que o CBD pode ser usado como um potente ansiolítico, já que ele modula funções que diminuem a intensidade da atividade cerebral e neural.
Ele faz isso, por exemplo, quando utilizado para tratar da epilepsia.
Nesse caso, o canabidiol ajuda a minimizar as reações bioquímicas no sistema nervoso central e no cérebro que levam às crises epilépticas.
Não bastasse ser eficaz, como sugerem estudos, o CBD não causa dependência e seus efeitos adversos são mínimos, se comparados com os ansiolíticos comuns.
Quais são os efeitos colaterais do CBD?
Uma preocupação de todos os médicos e pacientes que recorrem a fármacos como os sedativos e os benzodiazepínicos são os muitos efeitos colaterais associados a eles.
A lista de problemas de saúde advindos do uso prolongado dessas substâncias é bastante extensa, o que torna a sua relação custo-benefício nem sempre atraente.
É nesse aspecto que o canabidiol mais se destaca dos ansiolíticos, anticonvulsivantes e antidepressivos convencionais, já que, em geral, seus efeitos adversos são mínimos.
Mesmo assim, eles existem e devem ser considerados com cuidado, principalmente quando ele é administrado junto a outros medicamentos e interage com eles, como aponta a pesquisa Cannabidiol Adverse Effects and Toxicity.
Além disso, é preciso estabelecer uma dosagem mínima de segurança, a ser aumentada gradativamente conforme a necessidade.
Não menos importante, é fundamental que o uso de outras drogas, lícitas ou não, seja informado pelo paciente.
Afinal, isso influencia diretamente para a ocorrência de reações adversas.
Tratamento com CBD x tratamento com calmantes: quais são as diferenças?
O que podemos dizer a respeito do tratamento com CBD ao compará-lo com os calmantes comuns é que é uma alternativa com muito menos riscos.
Vale ressaltar que os ansiolíticos convencionais, embora exijam a receita de controle especial para aquisição, são acessados muitas vezes por meios irregulares.
Isso colabora para agravar outro sério problema de saúde pública no Brasil: a automedicação, que afeta 77% da população.
Certamente, esse número elevado contribui para as altas taxas de mortalidade de pessoas que usam remédios para dormir sem orientação profissional.
Afinal, segundo a pesquisa da OMS, esses medicamentos matam mais do que a cocaína.
Por outro lado, você não vê no noticiário que alguém perdeu a vida por ter usado produtos à base de CBD.
Então, se há uma diferença entre o canabidiol e os calmantes comuns é justamente o menor risco que o derivado da Cannabis oferece à vida humana.
Por que fazer o tratamento para estresse com medicamentos e produtos à base de CBD?
O risco reduzido não é a única razão para aderir ao canabidiol no tratamento do estresse e dos transtornos de ansiedade.
O estresse não é uma condição simples de se curar, portanto, é necessário considerar que, no seu tratamento, é preciso contar com medicamentos eficazes.
Os remédios fitoterápicos, embora naturais, nem sempre funcionam como se espera, porque, como falado, as concentrações de substâncias ativas são reduzidas.
Isso não acontece com o CBD, pois ele pode ser prescrito na forma de óleo full spectrum, por exemplo.
Desse modo, a pessoa com estresse tem à disposição o melhor dos dois mundos: a eficácia dos sedativos mais potentes com o baixo risco dos fitoterápicos.