A descoberta feita por pesquisadores da Universidade de Haifa em parceria com a empresa biomédica israelense Cannabotech, ainda está em andamento, mas os resultados preliminares demonstraram que o novo produto é capaz de matar as células cancerígenas sem danificar as células saudáveis no modelo celular
A startup Cannabotech, com sede em Israel, está envolvida no desenvolvimento de um composto botânico que mistura um extrato do fungo Cyathus Striatus com um canabinoide presente na planta cannabis, medicamento este que promete eliminar 100% das células do câncer pancreático de forma seletiva e sem danificar as células normais.
O fungo tem sido objeto de pesquisas para testar sua eficácia anti cancerígena no laboratório do Prof. Fuad Fares na Universidade de Haifa, em Israel, há cerca de oito anos. O composto foi selecionado como o candidato preferido para o desenvolvimento de um novo medicamento que promete tratar o câncer de pâncreas e cólon, depois de demonstrar melhores resultados contra as patologias, dentre os vários fungos examinados.
Assim, a Cannabotech, que recebeu os direitos globais e exclusivos de uso das patentes criadas na pesquisa do professor Fares, se uniu aos pesquisadores e começou a acelerar o processo de desenvolvimento do novo composto botânico.
O primeiro passo dessa junção, foi definido com a adaptação dos métodos de crescimento e extração de fungos ao protocolo da FDA (agência de controle de alimentos e drogas norte-americana) para o desenvolvimento de novos medicamentos, que a empresa espera que seja significativamente mais barato e mais curto do que o processo de desenvolvimento de um medicamento padrão.
Os testes já feitos, revelam que o extrato adaptado garante uma eficácia anticancerígena 5 vezes maior do que o composto original, causando 100% de mortalidade das células cancerígenas pancreáticas. Outro ponto que merece destaque, foi que nem o extrato fúngico e nem o canabinoide, afetaram as células saudáveis.
Os estudos ainda estão em fases de testes e a Cannabotech, pretende concluir a fase de viabilidade do medicamento dentro de 12 meses, isto é, até 2023. O próximo marco no processo de desenvolvimento é testar o novo composto em animais, para assim, estar em conformidade com a FDA e, no final do estudo, possam se unir a uma grande empresa farmacêutica e produzir em larga escala o composto descoberto pelos pesquisadores Israelenses.
“Estou feliz que a colaboração com a Cannabotech esteja dando frutos e alcançando resultados muito impressionantes para fortalecer a pesquisa que realizamos na Universidade de Haifa nos últimos anos. Obtido em células que mimetizam um subtipo de câncer de pâncreas que é conhecido por ser altamente agressivo, reforça a avaliação de que a atividade anticancerígena também será eficaz em outros subtipos de câncer de pâncreas”, diz o pesquisador sênior Prof. Fuad Fares em coletiva para imprensa.
O câncer de pâncreas tem a fama de ser um dos cânceres mais ofensivos; tendo uma taxa de sobrevivência muito baixa e sendo uma das causas mais significativas de mortalidade no mundo ocidental. A FDA também tende a dar às empresas um alívio significativo nos processos de desenvolvimento de medicamentos para essa indicação, como definir o produto como um “medicamento órfão”, ou seja, um novo produto criado para tratar este tipo de patologia, devidamente testado e aprovado, terá seus processos burocráticos de desenvolvimento reduzidos, o que na prática também diminui os gastos.
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